segunda-feira, março 31, 2008


Comecei tão tarde a vida que tenho vontade de dizer:
- Olhem, enganei-me, quero começar outra vez.

terça-feira, março 25, 2008

Nem o medo do amanhã que não existe me define os sonhos. O coração aperta, as mãos tremem e a respiração quase desaparece. No palco o monólogo do que passou. Caminho num deserto de realidades. O oásis ficou para trás, em algum lugar entre o sonho e a verdade.
Na lembrança o sauvenir vivo em tons vermelho-pecado, perdido dentro do sorriso e do brilho da lágrima que brinca no olhar, mas não cai nunca. Desaprendi a chorar no momento em que aprendi a voar.

quarta-feira, março 19, 2008

Há um momento em que tudo nos absorve, nos incomoda e revolta, em que o que fomos não é senão uma equação sem incógnitas, bárbara de tão estúpida.
As folhas em que me resolvo, ... que se rasguem!
Há um momento em que todos os segundos são pontos finais que se escrevem, porque se está cansada de gramáticas que nada nos podem ensinar. Os travões da vida não são senão conversas que se manda pelo ralo. Nem os pontos de interrogação têm frenesi em si.
Não há. Nada.
O todo mora na nossa cabeça e hoje eu fechei-lhe a porta. A chave não tem sentido por não abrir segredos que me amem. Os segredos não são novos.
E eu, peço o descanso eterno da ausência de pontos que me pontuam em escalas descabidas.
(Há um momento em que até as palavras que antes me alimentavam me desprezam... e um blog deixa de ter o poder de mim).

quinta-feira, março 13, 2008

A impossibilidade de me superar a mim mesma sufoca-me.

A impossibilidade de superar tudo através da escrita sufoca-me. A escrita não me salva da desilusão de não atingir os patamares que imponho a mim mesma.
A impossibilidade de me superar a mim mesma sufoca-me.
Gostava de poder explicar-te que sei que o teu precipício começou pela ausência do sonho que um dia ousaste sonhar.
Que merda é o amor? Sabes-me dizer?
Porque eu quis descobrir e abri uma fenda no coração por onde saíste tu.
Devagar, tens tirado a máscara com que aliciaste a remota inocência que me serviu de casulo.
Na realidade, eu não sinto saudades de ti e sim da sombra do que poderias ter cumprido no meu destino e não cumpriste.

segunda-feira, março 10, 2008

Pateticamente monótono.
É como por vezes percepciono o rumo da minha vida. Ela encalha em momentos estranhos mas passados e não se quer debruçar para o futuro.
O futuro não existe.
Só o presente e memórias metade vividas, metade sonhadas.
Quero pensar que a minha memória é toda ela sonhada.
Talvez toda a nossa vida seja um sonho.
Talvez seja apenas mero exercício ilusório da nossa mente.
Então, porque dói tanto?...
... queria poder esquecer que algures neste mundo alguém grita por Deus... e não o encontra.

terça-feira, março 04, 2008

Hoje não estás aqui.
Nunca estás aqui de verdade.
Podia abrir a porta e correr.
Correr por um fim a esta dor lacinante que me mostra, dia após dia, que o fim está mesmo ali,
ao virar da esquina.

segunda-feira, março 03, 2008

Tudo o que sonhei morreu-me nas mãos.

Conheço o vazio como quem sabe o destino. Conheço o caminho sujo que leva aos pés de Deus. No céu nocturno há uma estrela que se revelou contra Deus... espero tranquila o nascimento da vã esperança.
Tudo o que acreditei até ao momento desmoronou-se a meus pés.
Tudo o que pensei ser um dado adquirido mudou na minha vida. Mudou, simplesmente.
Escondo-me de mim.
Procuro o fio. Escondo-me... porque a realidade é amargamente, prevísivel.