Setembro chegou e eu mal dei por ele.
Esqueci-me vagamente de como não gosto de Setembro.
O Sol ajudou.
As ilusões também. E a vontade de pensar que de um nome pode nascer a esperança de te trazer nos olhos.
Agora já não chamo por ti, já não te escrevo cartas nem poemas. Nem sequer penso em ti. Chorei escondida ao ver um filme que dizia, com todas as letras, que as recordações não passam de lágrimas perdidas. Fingi não acreditar. E, hoje, ao saber que não tenho o direito de te imaginar aqui (porque não posso), tenho a certeza que não tenho lágrimas para te dar. Porque não és nem nunca vais ser uma recordação. Chega a ser ridículo. A velocidade com que entras e sais da minha vida. O sorriso que invade sem culpa a minha aparente calma. Cheguei a querer-te mais perto.
Quando me esqueci que não gosto de Setembro. Desta intimidade que me roubas sem vergonha. E toda a gente sabe que eu não gosto de Setembro. Por todas as recordações que são lágrimas perdidas, por todos os momentos guardados no fundo da gaveta do esquecimento. E vieste tu, sem avisar, plenamente consciente de que serias capaz de curar corações avariados como o meu. E disseste, baixinho, aquilo que eu queria ouvir. Que os sonhos cabem todos na palma da mão. Que os corações avariados são mais bonitos por causa disso. Eu quis acreditar.
Hey Mr. Pleaser would you smile for me?
E sorriste. Mas tu não trouxeste a cura.
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