
Gosto de ter noção de que são mesmo valiosas e que estão finalmente dispostas a ser oferecidas aos outros.
O corpo não me pede para dormir esta noite. E a inquietação dá lugar a palavras escondidas e emoções falhadas. Não tenho culpa.
Preciso de me salvar antes que o cinismo tome conta de mim. E sei que nada disto faz sentido para a maioria das pessoas. Sei que penso trinta vezes antes de falar ou agir - exceptuando o nervosismo feliz de determinadas situações - e que o meu silêncio incomoda muita gente.
Sou assim, ponto final. Um dia, isto dito no imprevisto dos acasos que resgatam muitas vezes a alma às pessoas, disseram-me num sorriso que eu era transparente. Choro, coro, e rio com muita facilidade. É verdade. Foi, até hoje, um dos elogios mais bonitos e sinceros que já me fizeram. E eu não esqueci. Porque sei que essa transparência se tem perdido, sem rasto, entre os meus dias vazios. E eu queria muito quebrar certos silêncios. Dizer o que me preocupa ou o que me faz sentir bem e feliz. Mas também sei que há quem partilhe comigo, quase na clandestinidade, esses silêncios entendidos feitos de pequenos gestos.
Hoje tentei em vão, às 3h25m, falar de silêncios entendidos. Aqueles transparentes que aconchegam o coração. E eu sei que nem toda a gente os percebe. Muitos mais são os que os julgam ser tristeza. Talvez. Mas só a tristeza de não saber como tocar fundo na alma das pessoas... sem palavras.
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