quinta-feira, janeiro 31, 2008

Não sei por onde começar porque existe muita coisa que poderia dizer, e nada ajuda. Já, um dia destes, o disse e digo-o de novo: tudo isto que hoje se mostra, tudo isto que hoje sangra, tudo, tudo, tudo, já eu o vi e já sei por onde vai. E não sei porque razão digo isto logo hoje. Não sei mas digo-o.
Não, não sou sábia ou experiente ou vivida ou conhecedora: em tudo sou leiga mas, de qualquer forma, digo-te aquilo que sei - poderá ser pouco - ou não. I feel helpless, useless, e não sei porquê. E tu, aí desse lado, que julgas? Sempre tive dúvidas de que a felicidade, essa coisa insana, patética, que todos querem e procuram, me chegasse um dia. Não a procuro, ela decerto me encontra. Se não encontrar, muito bem: eu vivo-me como calha.
"If you try and fail, then try again, try harder, fail harder, but at least try."De nada me vale dizer-te palavras estranhas ou coisas complexas, só uma coisa se pode fazer: e essa ainda não a descobri, e por isso continuo a tentar. Ela há-de encontrar-me, nem que seja no alpendre de uma casa que eu própria não conheça, a olhar para algo que vem ali, ao longe.

quinta-feira, janeiro 17, 2008


E os sentidos enrolam o sentir, deixando a alma adormecida...
... e as palavras, as que construo para ti, serão os passos que perdeste no caminho.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Quando se calam as palavras, os silêncios enchem os espaços.

No murmúrio dos dias sinto-te sombra desenhada em pensamento.
No eco das ruas, recolho résteas da tua memória desfeita em obscuridades;
tomo-as e elas escoam-se por entre o concâvo das mãos, vazias da tua ausência.
Derramam-se em gotas translúcidas no meu olhar.
Desencontro-me caminhando no viés dos afectos, sentindo à beira das palavras, o silêncio.
Fundo-me nas palavras que me atravessam o caminho. Agarro-as ou agarram-me e juntas rasgamos espaços onde riscamos imagens, impregnadas de contornos suspensos da ausência dos sentidos...

quarta-feira, janeiro 02, 2008


descobri devagar
no centro onde entrego ao silêncio
o solitário pulsar do coração
uma casa vazia de passos
entre a réstea entreaberta
e o seu suave cerrar
a porta não guardou memória de quem, entrando, passara já o limiar saíndo...