Ela
Ela tinha o dom de lhe roubar as palavras, como se fosse mesmo possível roubar as palavras a alguém. Mas Ela conseguia. E fazia-o com um sorrisso tão natural que ninguém acreditaria que pudesse de facto roubar.
E ele sorria, envergonhado, por não ter palavras para dizer. Então, Ela, já sem sorriso, mas com os olhos de desejo, pedia-lhe para fazerem amor. Ele sem palavras, beijava-a como se dissesse sim. E então, o mundo eram eles. Ele dizia que a adorava muito. Eram felizes, muito felizes, até um dia.