E o meu chapéu de chuva, esse: onde ficou?
O amor é uma ferida escondida nos nossos livros de infância, onde aprendíamos a ler os traços da nossa pele: onde nem sequer imaginávamos o que viria a acontecer. Sei que estou quieta e presa no meu mar baço onde as minhas mãos se destroem: o dia está pesado por demais, a minha pele de heroína já não se cura tão rapidamente. Sei que te disse que iria estar sempre aqui; sei que te disse que, enquanto dormisses, te iria guardar o sono. Perdoa mas falhei. Estarei longe, ou perto - tanto faz. Estou por demais cansada, sabes? De nada me vale correr o mundo a salvar vidas, a salvar-te de algo que me iria para sempre preencher com um espaço demasiadamente branco e disforme para o conseguir compreender. Talvez o tempo tenha sido curto para te dizer tudo aquilo que as minhas mãos não conseguiram soletrar.
E sei que, por vezes - mas só às vezes - te digo as palavras que não sei dizer de forma errada. E não será por querer - será por errar por nascer, de uma forma que nem eu conheço. Hoje já
e tarde para que possa escrever tudo do modo certo, para que as linhas se emparelhem de uma forma semi-perfeita etérea e para que tu as leias. Mas, quem sabe um dia destes virás aqui, onde eu estou agora - olhar-me-ás dessa forma frágil confortável, e saberás dizer-me tudo o que eu não te disse.
5 Comments:
Minha Querida,
Um texto extremamente profundo e que me toca tão de perto.
Sabes o que te digo?!
É lamentável quando o "outro lado" não tem a sensíbilidade suficiente para perceber o quanto nos ergueu para, de um momento para o outro, nos largar desamparadas.
Não gosto de falar do "uso" que as pessoas fazem uma das outras, até porque a responsabilidade maior é nossa por termos permitido, no entanto, é assim que me sinto às vezes - usada -. Isso deixa-me triste...
Linda, estou aqui sempre, sabes disso.
Jinho grande
Acende-se a lua cheia
caem corpos na areia
sedentos de amor
vem sonhar por favor
Beijinhos embrulhados em abraços
Um bonito texto que contém, infelizmente muita verdade!
Convido-te a fazeres parte de uma corrente diferente ....passa pelo criancices!
Beijinhos e Bom fim-de-semana!
Bem, eu não ando propriamente a perseguir virtualmente a Paula, é pura coincidência!
Hehe
Olha querida, adorei o texto na sua forma, conteúdo e composição, adorei mesmo!
Curiosamente é uma situação que retrata um capítulo do meu passado, passei tanto tempo a culpá-la que só no fim me apercebi que a culpa de ela não me completar, não chegar a mim, essa culpa não era dela, era exclusivamente minha, simplesmente porque o esperava da parte dela, e esperar algo de alguém conduz quase inevitavelmente à desilusão...enfim, é passado:
AKUNA MATATA!
Sabes uma coisa, não consigo comentar-te! Apenas me apetece perguntar-te, quem és? Que és capaz de me intrigar com a tua forma enigmática de escrever...
Doce beijo
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