sexta-feira, agosto 18, 2006

Reciclagem de Vida


Não sei se a vida se recicla.
Não, talvez não.
Mesmo se após um tempo de reflexão decidimos mudar a nossa vida, seremos sempre nós mesmos no fim.
Mudados, mas nós.
Com todas as marcas e cicatrizes para que não nos esqueçamos do que fomos.
Sabemos que jamais poderemos recolar os pedaços das coisas vividas e construir novas.
Colchas de retalhos são muito bonitas, mas não passam de colchas de retalhos.
Remenda-se panos, mas não se remenda vidas, não se recola momentos passados, coisas que deixamos para trás.
Recomeçar? Sim.
Recomeçar é possível, mesmo (e felizmente!) se já não somos os mesmos.
Aprendemos, à custa de dor, mas aprendemos.
A vida é assim...
Noites escuras podem fazer-nos ver mais claramente as estrelas.
E só veremos o nascer do Sol se acordarmos cedo.
Coisas simples que a natureza nos ensina.
Reciclagem de vida?
Talvez sim.
Talvez sejamos, no fim das contas, uma colcha de retalhos da vida.
Mas que sejamos então uma bela colcha nova a enfeitar um quarto, um coração, talvez mesmo muitos corações e muitas vidas, a começar por nós mesmos.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Aqui estamos então...:)

sexta-feira, agosto 18, 2006  
Blogger Hindy said...

O que interessa é que estejamos bem com nós próprios...
Beijinhos :o)

sexta-feira, agosto 18, 2006  
Blogger Sophie said...

De um momento para o outro, quando menos se espera, o certo torna-se errado, o céu escurece e o dia anoitece. E de forma repentina, quando tudo vai bem, a terra estremece, a gente endoidece e estremecemos por dentro também.

O Amor não é mais do que um sentimento, enquanto dura.
O beijo é um gesto nosso.
O sorriso é uma extensão de um pequeno grande laço de ternura.

Obrigada A.
Para ti tb o meu abraço forte.

sexta-feira, agosto 18, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Não são retalhos, são aprendizagens. acima de tudo temos de aprender a nossa essência fudamental: somos seres humanos, sensíveis, que têm dores e alegrias. Através do conhecimento de nós próprios, algo bastante doloroso e difícil de aceitar (o que não tem consenso mas é o que acontece), esses retalhos passam a um todo - o que somos.

Fica bem.

Teresa D.

sexta-feira, agosto 18, 2006  
Blogger Maresi@ said...

...por vezes temos que parar....e olhar em redor...pensar no ke aprendemos e no ke poderemos aprender. Liçoes de vidas são nos dadas constantemente...

Beijo___Maresi@

sexta-feira, agosto 18, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Sim somos uma manta composta de vários retalhos, mas harmoniosamente composta.
Finalmente consegui chegar até ti apra te agradecer a visita.
Jinhos

sexta-feira, agosto 18, 2006  
Blogger Um Poema said...

O que nos acontece, amadurece-nos.
E vamos em frente...
Um abraço

sábado, agosto 19, 2006  
Blogger joão marinheiro said...

Olá Ana, bem vinda.
Que dizer-te hoje depois de ler o teu poste? Nem eu sei. Tem dias em que fico assim. Absorvo as palavras sem um estímulo que me incitem a algo. Reli. Fui reler também o que te tinha escrito tempos atrás.
Também eu não sei se a vida se recicla. Recicla-se o corpo físico, suporte de nós enquanto de passagem por cá, porque nós que temos alma, e sentir, e um espelho mágico chamado coração somos imortais. Reciclamos o sentir constantemente, reciclamos o amor em cada acto, reciclamo-nos 24 sobre 24 horas enquanto o coração bate, isso, somos nós. As marcas, as cicatrizes fazem parte da evolução, e, o que hoje é sofrimento, amanhã é saudade e depois de amanhã já não sei o que é… Ás vezes ando completamente ás escuras, mesmo debaixo de um sol forte que queima. Olho o telemóvel (esta coisa moderna que evita a escrita das tais cartas de amor…), e não ganho a coragem de carregar nas teclas… (Retalhos da vida passada) … A vida é feita de pedaços, não uma manta de retalhos. Essas usam-se para nos agasalhar e não nos ensinam mais nada. A propósito, lembro a minha bisavó, que tecia mantas de retalhos no seu tear…Como gostava de brincar com as bolas de trapos eu…Vês! Como me fazes recordar coisas esquecidas…
Dizes num teu comentário que:

”… De um momento para o outro, quando menos se espera, o certo torna-se errado, o céu escurece e o dia anoitece. E de forma repentina, quando tudo vai bem, a terra estremece, a gente endoidece e estremecemos por dentro também…”

Isto é a vida sabes. A vida diária feita de lutas, de perdas e ganhos, de deves e haveres. E trilhamos que estrada nós? A estrada da evolução do crescimento interior. E se, para crescermos temos um preço a pagar então que o paguemos. Faz falta errar. Faz falta chorar. Faz falta parar e recomeçar. Faz falta acordar todos os dias, uns bons outros maus. Sabes, existem 4 estações do ano, e tem quem queira viver sempre na primavera, outros no verão. Eu quero as quatro cíclicas…de outra forma não vivo e principalmente não vivem todos os outros seres. Será isto amor? Não sei. Não me preocupo. Vivo. Porque o sol existe dentro de nós, mesmo que não me levante cedo para o ver surgir a nascente, está lá, é uma das coisas simples que a natureza nos ensina como dizes no teu post.
Concordo plenamente contigo quando dizes num comentário:

“…O Amor não é mais do que um sentimento, enquanto dura.
O beijo é um gesto nosso.
O sorriso é uma extensão de um pequeno grande laço de ternura…”

Claro que tens toda a razão e defines como eu se calhar definiria o amor ou o simples beijo. Estamos de acordo.
Tudo o mais o que será só a vida nos dá as respostas, só o sofrimento nos torna fortes e puros, e só puros vemos para lá do finito possível. Só puros de coração temos a sensibilidade para amar, não o amor que se escreve nos livros, se olha nas novelas, se escuta nas baladas, mas o amor entre duas pessoas, o amor verdadeiro, e esse por vezes é difícil de alcançar, porque estamos demasiado ocupados com outras coisas menores. A vida é feita de uma sucessão de desafios, acho que nos últimos tempos o maior desafio é sobreviver-mos. Mas isso começa e acaba em nós.
Agora deixo-te, já chega de reflexões em viagem, ando sempre numa imensa viagem. E alonguei-me nas palavras hoje…
Beijo com mar e ventos.

sábado, agosto 19, 2006  
Blogger Sophie said...

Existem pessoas que têm cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia.

Tu, João, és alguém assim.
Obrigada pelas tuas palavras.
Um beijo enorme para ti.
Sophie

sábado, agosto 19, 2006  

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