quinta-feira, outubro 19, 2006

Despisto a insônia a escrever

Despisto a insônia a escrever. Escolho as palavras com critérios de esperança. Pulsa na minha cisma, um apalpar de imaginações enganando a espera que não espera mais, mas que fica em mim como um mau costume.
Plena de dúvidas, experimento tocá-lo de alguma forma, espremendo as idéias para entornar a criatividade - como se o meu cérebro pudesse ficar seco pela ausência de comunicação -.
Trilho, através dos textos, caminhos diversos trêmula de expectativa. Na tela da minha mente, pincelam-se, plasmam-se tênues lembranças nas quais acreditei e que se esfumam com o passar do tempo. Sustento, ainda, uma nostalgia subtil do que teria ouvido, se pudesse ter assistido à gravação durante a madrugada, com a densidade maior que a música tem nesse período.
Ofegante, retenho essas imagens e sons, numa rala desconfiança do seu impedimento. Luto contra a minha tendência em acreditar, porque se cresse, estaria de luto musical.
Atenta, percorro a sua alma de maneira inglória e desperdiço o meu léxico em cartas enevoadas de lágrimas que vertem por dentro, fazendo-me inchar de tristeza. Lanço os meus sentimentos no papel e ingresso em várias jornadas, a fim de impedir que o meu espanto - ante sua indiferença - me faça, um dia, deixar de escrever.
Sophie

8 Comments:

Blogger Um Poema said...

A mágoa que transparece das palavras revela as sombras da alma.
Um abraço

sábado, outubro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Agarra uma outra tela e pincela-a de outras cores...já imaginaste a quantidade de cores que existem mesmo à mão de semear? Muitas vezes pintamos com as mais usuais, ou aquelas a que nos acostumámos...mas elas são infinitas. Pinta uma nova tela e verás como a caneta continuará a deslizar no papel :)
Um beijinho e bom fds

sábado, outubro 21, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Com as tuas saudades a brincar na minha mente, procuro, num traçado permanente, fixar-te em formas nuas.
Sombras a contornar-te, lápis a colorir-te.
O detalho no teu sorriso, nos olhos, a cor do sereno.
Capricho no teu ar doce e componho o teu porte independente.
Mantenho a tua imagem na minha mente... e sigo, concluíndo o meu desenho.
Sabes, embora sem resposta, pressinto que sentes a minha presença e me concedes um sorriso.
Estavas LINDA ontem! Quando te vi, pensei que já estava a ter uma alucinação, tu ali... mas eras mesmo tu. Brilhaste, acredita!

domingo, outubro 22, 2006  
Blogger Embryotic SouL said...

Palavras de encanto e ternas as tuas...desejo-te uma boa semana.

Um bj sentido

segunda-feira, outubro 23, 2006  
Blogger Teresa Durães said...

deixar de escrever sobre...

porque de muitas outras coisas se pode escrever

beijos para ti

segunda-feira, outubro 23, 2006  
Blogger Bia said...

bela maneira de despistar a insónia... mas podias pensar em coisas mais cor-de rosas... para que depois pudesses dormir um sono tranquilo... não te desgastes demais a pensar, pois o pensamento somos nós que o fazemos, são como os sonhos, já falamos disso, se sonhares que o teu carro avariou no dia seguinte não o levas ao mecãnico, pois não? Foi um sonho...
E os pensamentos são o nosso maior problema...
Beijinho e não deixes de escrever.

terça-feira, outubro 24, 2006  
Blogger Hindy said...

Lindo...
Beijinho :o)

terça-feira, outubro 24, 2006  
Blogger DIGNIDADE said...

Olá!
Estou de volta e não podia deixar de te visitar. Gosto muito deste texto, como aliás de tantos outros.
Reitero-te o desafio de escreveres um livro. Seja Conto, Novela ou Romance...
Ofertaram-me o livro de Margarida Rebelo Pinto "Diário da tua ausência" e enquanto o desfolhava, lembrei-me amiúde de ti...lê-o e diz-me se não farias, dentro do mesmo género, algo mais bonito e intenso.
Pensa nisso em vez de considerares a hipótese, ainda que remota, de deixares de escrever. Não nos prives desse teu dom.
Um bj!

quarta-feira, novembro 01, 2006  

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