terça-feira, julho 10, 2007

Sem nada, afinal.
E com tudo para poder ser mais do que nada.
Muito mais.


As palavras perderam-se, caminhando errantes por ruas escuras e frias que adivinho lá fora, num lugar desconhecido que existe, algures.
Recusaram ser corpo do pensamento, deixando-o vazio de tudo, inexpressivo.
Nenhuma tem já razão de existir para além da recordação de que um dia foram mais do que uma lembrança.
Desilusão.
Apenas e só, desilusão.
E sem palavras que expliquem sequer a mais infíma parte da desilusão, do desmoronar do sonho, alento, sei lá já bem o que era.
Também não as vou procurar.
Não vale a pena.
Impotente, incapaz e certa de que jamais desaparecerá o peso enorme que hoje deixa a garganta apertada, mesmo quando parecer que tudo já não passa de uma memória, um dia mau.
Nunca será apenas isso.
É assim.
Quando se perde e não se pode recuperar.
Quando se falha e se vê que se é, apenas, um número entre muitos.

5 Comments:

Blogger ...HOJE.SOU.A.PAULA said...

Minha Doce e Querida Amiga,

És muito mais do que nada.

És mesmo MUITO.

Tens é os olhos turvados de dor, revolta e dúvidas, que não te permitem ver com olhos de ver.

Revi-me em cada palavra.


Estou contigo. ADORO-TE. Jinhos

quarta-feira, julho 11, 2007  
Blogger deep said...

toda a chegada é partida...e o caminho não acaba ao dobrar a curva...mesmo que o olhar nao alcance qualquer destino....

um abraço

quarta-feira, julho 11, 2007  
Blogger paulo said...

Não és um número entre muitos. És um único número. Exactamente no teu lugar na sequência. Podes somar-te, dividir-te, multiplicar-te e diminuir-te. Eu gosto de me somar. Mas isso é com cada número. Mas não te diminuas; fracciona-te, e depois brica às contas com o teu destino. Xi.

quarta-feira, julho 11, 2007  
Blogger Teresa Durães said...

há tanto tempo que não passo aqui...

e estou fora de contexto, percebo

contudo leio-te

e envio um beijo

quinta-feira, julho 12, 2007  
Blogger joão marinheiro said...

Tu sabes minha querida amiga que as pessoas a qualquer momento da vida desiludem, mas no dia seguinte depois de nascer o sol, de os pardais se afadigarem na procura do alimento, voltamos a sermos nós de novo, feridos é certo mas a crescer por dentro. As cicatrizes ao contrário de golpes feios na pele ficam invisíveis ao olhar menos atento e só alguns nos penetram a alma, alguns olhares, por isso eu, na parte que me toca, dificilmente olho de olhos nos olhos...Ficam as memórias, guardo sempre as melhores memórias até que elas não passem mesmo disso, só memorias. Não acredito que possamos falhar só nós, a falha é mutua, temos de ser dois para interagir...E quantas vezes queremos gritar e não sai som, porque morre apertado no peito, e quantas vezes queremos, e...
Às vezes dou por mim a escrever não sei porquê. Entendes-me?

Abraço enquanto tento que os barcos se reúnam na Ria...

segunda-feira, julho 16, 2007  

Enviar um comentário

<< Home