terça-feira, julho 17, 2007

Dedico este post à vida


Os tantos porquês que deixara surgir noutros dias, nada mais eram do que pedaços de nada...

Justificava-se perante si própria, argumentando, logicamente na esperança de apagar o mal que fizera (a quem afinal? talvez ao seu próprio coração), num suceder de dias nitidamente irreais ( ou talvez bem mais palpáveis do que queria recordar e, sobretudo, acreditar).

Abanava a cabeça, fixava o olhar no outro lado da rua, ouvia o ruído da cidade, buscando abafar o ruído do pensamento, (diria até do sentimento) incómodo que lhe dizia, em tom pausado, ser humana e então capaz de sentir e reagir assim. Mas nada lhe servia de consolo. Sabia bem demais que fora um erro deixar-se levar pelo sentimento... pelo momento, pela ilusão da irrealidade de um aqui e agora só seus.

De tudo se apercebeu a pouco e pouco. E de tudo se embriagou... e nada negou, porque não conseguia ficar indiferente.

Sempre pensara ser razoável, certa do seu pensamento, dona do seu agir.

Comportamento dissimulado?

O engano?

Como lhe doía o peito!

Era castigo merecido. Mas... insuficiente.

Certezas já não tinha, dúvidas já não procurava perceber quais, desejos queria esquecer, saudade... tinha de tanto e de tão pouco.

Questionava-se vezes sem conta, donde teria, afinal, surgido aquele jogo em que entrara sem se aperceber. Vinha-lhe à memória um dito comum - "tens alguém por companheiro, mas não deixes de ter sentidos, sentimentos e emoções; isso torna-te viva, atenta, forte e vulnerável"- e admitia, já sem saber se com pesar, ter mergulhado num conto inacabado por responder aos sentidos.

8 Comments:

Blogger joão marinheiro said...

Será?
Tudo assim?
Contos inacabados?
Será?
Que os ditos comuns tem a verdade suprema em si?
E nós que sentimos ficamos sem verdade nenhuma. Será?
Não tenho as respostas nem as perguntas. A vida anda sem nós ou com nós ou por nós.
Será?
Tudo assim?
Porque me aflijo ao ler-te?

Abraço ao sol.

terça-feira, julho 17, 2007  
Blogger Maria da Luz said...

As coisas não são simples e os sentimentos são como o vento e até mudam com otempo, obra da mudança.

terça-feira, julho 17, 2007  
Anonymous Anónimo said...

CULPA??? Mata a culpa amiga, a culpa não existe, foi inventada por um sádico qualquer com a intenção de nos castrar.
Em primeiro lugar vem quem tu és!!! Nunca esqueças uma coisa: tu és muito melhor, porque foste honesta, o que não foram contigo.

Um beijo grande, amiga.
Teresa

quarta-feira, julho 18, 2007  
Blogger Sophie said...

Este comentário foi removido pelo autor.

quarta-feira, julho 18, 2007  
Blogger Sophie said...

Não me sinto culpada de nada, amiga.
Culpa é coisa de gente rica, de gente que se sente superior a tudo e a todos.
Honestidade e respeito, é coisa de gente pobre... e eu sou pobre.
Existem monstros, sabias?
As máscaras mais dia menos dia, caem e as pessoas revelam-se.
Sabes de uma coisa, vou deixar de andar de Corsa, vou ter um Fiat Uno... eu sei, eu sei já não se fabricam esses carros... não sou rica, não posso comprar um melhor. Vou continuar a ser pobre, serei sempre pobre. Mas deixa lá, tenho-te a ti como amiga, o que me faz sentir muito, mas muito rica.
Obrigada, por tudo, do fundo do meu coração.
Adoro-te.

quarta-feira, julho 18, 2007  
Blogger Scorpshine said...

Vais ver que o Fiat Uno daqui a uns anos já é relíquia e ainda o vendes por uma pipa de massa!

O tempo muda tudo, principalmente a perspectiva sobre o valor das coisas, das pessoas, de tudo, e só depois de as perdermos é que lhe damos o devido valor...

Beijo grande miuda

quarta-feira, julho 18, 2007  
Blogger milhafre said...

uma linda homenagem à vida e ao sonho...
nunca te esqueças que és vida e sonho, por isso sonha e vive com toda a intensidade que mereces.

beijo meigo

pedro

quinta-feira, julho 19, 2007  
Blogger Sophie said...

Eu falhei, em não perceber...

sexta-feira, julho 20, 2007  

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