sexta-feira, janeiro 19, 2007

Sinais de indiferença

São como sonhos distantes que em mim habitam. Estes frágeis e moribundos sinais. Capturados pela dúvida. Imersos num manto de ausências...
Ninguém sabe como é letal este imenso julgar querer! Embora evite todo o sentir.
Ao tornar inócua a odisseia das palavras; recolhendo sílabas, sufocando com o silêncio os seus tons. Num constante reconhecer dos lugares. Nestes pequeninos delírios dos sentidos. Onde as aves se libertam dos nossos olhares; onde as flores desabrocham e murcham. Continuando a rotina das nossas viagens. Sempre a reter aqui e acolá pedaços do nosso passado.
A estabelecer as margens dos objectos que nos ocultam; quando ferem a violência das virtudes; num ser-se outrora uma aparente inocência.
Rascunhos imobilizados pela fraude da existência, cada vez que digerem o ofegante fugir de si, buscando motivos para guardar o amargo da dor, sem que deixem de fixar os sonhos no brilho da ilusão.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um dia quero que o teu rosto seja a visão última do meu dia, para que o brilho dos teus olhos me crie sombras na escuridão do sono e para que a doçura do teu sorriso me vele toda a noite.
Quero poder descansar a cabeça no teu peito e converter cada batida do teu coração num ritmo que me embale todos os cansaços.

sexta-feira, janeiro 19, 2007  
Blogger Cusco said...

Queria fazer um comentário bonito ao teu texto, mas ao ver o comentário anterior deixei-me disso! Aprecia-o está lá tudo.
Bom-fim-semana e até breve
SE DEUS QUISER

sexta-feira, janeiro 19, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Evitar o sentir é uma mentira. Diz-me o que pode o Homem senão sentir? De que são as palavras senão a expressão desse (não)sentir? De que nos serviria a solidão e a indiferença só por si? Nada. Vale-nos a solidão porque sabemos que existe nos outros e pelos outros. Vale-nos a indiferença porque afinal vale a pena. Só isso.

Falemos então de dor.

As tuas palavras - todas - perfumam-me os olhos que as lêem.

sábado, janeiro 20, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Existe o não sentir? Para quê a indiferença senão para encontrar um novo sentido? Para quê a solidão se não for para nos voltarmos a ver?

As tuas palavras perfumam-me os olhos.

sábado, janeiro 20, 2007  
Blogger Daniel Aladiah said...

belo texto, Sophie. Mas talvez valha a pena enterrar o passado, se ele nos tolhe o presente...
Um beijo
Daniel

domingo, janeiro 21, 2007  

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