Sinais de indiferença
São como sonhos distantes que em mim habitam. Estes frágeis e moribundos sinais. Capturados pela dúvida. Imersos num manto de ausências...
Ninguém sabe como é letal este imenso julgar querer! Embora evite todo o sentir.
Ao tornar inócua a odisseia das palavras; recolhendo sílabas, sufocando com o silêncio os seus tons. Num constante reconhecer dos lugares. Nestes pequeninos delírios dos sentidos. Onde as aves se libertam dos nossos olhares; onde as flores desabrocham e murcham. Continuando a rotina das nossas viagens. Sempre a reter aqui e acolá pedaços do nosso passado.
A estabelecer as margens dos objectos que nos ocultam; quando ferem a violência das virtudes; num ser-se outrora uma aparente inocência.
Rascunhos imobilizados pela fraude da existência, cada vez que digerem o ofegante fugir de si, buscando motivos para guardar o amargo da dor, sem que deixem de fixar os sonhos no brilho da ilusão.
5 Comments:
Um dia quero que o teu rosto seja a visão última do meu dia, para que o brilho dos teus olhos me crie sombras na escuridão do sono e para que a doçura do teu sorriso me vele toda a noite.
Quero poder descansar a cabeça no teu peito e converter cada batida do teu coração num ritmo que me embale todos os cansaços.
Queria fazer um comentário bonito ao teu texto, mas ao ver o comentário anterior deixei-me disso! Aprecia-o está lá tudo.
Bom-fim-semana e até breve
SE DEUS QUISER
Evitar o sentir é uma mentira. Diz-me o que pode o Homem senão sentir? De que são as palavras senão a expressão desse (não)sentir? De que nos serviria a solidão e a indiferença só por si? Nada. Vale-nos a solidão porque sabemos que existe nos outros e pelos outros. Vale-nos a indiferença porque afinal vale a pena. Só isso.
Falemos então de dor.
As tuas palavras - todas - perfumam-me os olhos que as lêem.
Existe o não sentir? Para quê a indiferença senão para encontrar um novo sentido? Para quê a solidão se não for para nos voltarmos a ver?
As tuas palavras perfumam-me os olhos.
belo texto, Sophie. Mas talvez valha a pena enterrar o passado, se ele nos tolhe o presente...
Um beijo
Daniel
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