Sem receios de me ver
fixei o meu olhar no espelho maleável,
que o meu corpo reflectia sem filtros e em ondas suaves, mas melancólicas, que me mostrava as alterações do tempo, que passou sem eu o perceber.
Senti-me envolver em doces recordações.
Ora pintura artisticamente pincelada, ora fotografia a preto e branco desfocada.
É assim que me revejo.
Nesta roda viva de emoções, que foram trinta e seis anos passados, vividos e almejados. Sorrindo, chorando, contemplando cada dia... esta vontade inesgotável de seguir o trilho do renascer, que me permite continuar a sonhar, até que a tinta desapareça do meu quadro, até que a imagem se apague.
Mas... ficará certamente a mensagem, da existência merecida, de alguém que soube amar e que soube convictamente perder.
E hoje, sinto-me feliz,
porque o meu espelho reflecte-me tão transparente,
mas tão eu mesma.
2 Comments:
Li no teu post anterior: "ahh se u soubesse viver.... nunca choraria".
Esta frase mexeu muito comigo. Sou tão chorona, eu. E ha muito que sei que tb eu nao sei viver.
São quase 36 anos, eu também. E tenho um defeito muito grande: quase nunca me olho ao espelho.
Eu queria, mas é-me dificil.
Gosto muito do que aqui leio de ti, Sophie. És um doce de pessoa. Um beijinho meu, para ti.
excelente prosa de um momento de pausa.....onde pudeste rever o teu caminho por ti trelhado e que com grande orgulho te refletes num recordar de emoções e momentos terminados com um aflorar de um sorriso nos teus lábios
beijokas
Enviar um comentário
<< Home