Por mais que pareça exagerado, desmedido e sem propósito é normal, sincero e real.
E a volta nunca volta.
Há tempo para se fazer outra vez, é possível repetir os mesmos erros - tentar de diversificada forma -, mas acertar é sempre inédito.
A eficácia elimina a mesmice. Desrotinifica atitudes simples, torna cada gesto único, potencializa qualquer atitude, requerendo uma atenção imensa.
Desastres nascem instantaneamente.
Aquela palavra ríspida, o gesto não meditado, a falta de tacto o excesso de sensibilidade. Atrocidades são sempre banais para aqueles que as praticam.
Rever certos actos é impossível, conseguimos apenas reduzir o impacto.
A bofetada já foi dada, porém não será esquecida.
Retirar a culpa não elimina o verbo.
No exacto momento em que sentimos, não dói no físico quando recordamos. Lembrar sim, traz sentimentos. Transporta-nos a um estado vivido, remonta certa particularização do nosso real, emergindo angústias...
Nó no peito que quem lembra sabe: dói só de lembrar.
9 Comments:
É verdade "...a volta nunca volta."
Bom fim de semana.
Um abraço
Sinto tanta atribulação... nada está escrito e tudo pode ser escrito de novo, não sabemos é quando...
Um beijo
Daniel
Efectivamente "retirar a culpa não elimina a acção", verdade que mais me chamou a atenção!
Mais um poema reflexivo bem construído, que encerra muitas verdades!
Um beijinho grande para ti!
O tempo minha amiga, só o tempo tem a faculdade de atenuar e esbater tudo. A dor. A mamória. A lembrança. Um dia acordamos e pensamos se alguma vez existiu...
Abraço deste lado do meu mar de memórias e de partidas...
Só largando beijo. Xi.
Paulo
Só vim ver; gostei da primeira vez que li, e de todas as outras. Xi.
Há sempre um tempo...a ironia apanha-nos na volta...a vida é como um pendulo, sobe, desce...volta...
Doce beijo
"Nó no peito que quem lembra sabe: dói só de lembrar."
...tu sabes...
...eu sei...
Beijo longe de ti Ana
Fico com um nó na garganta depois de ler-te.
Os sentimentos emergem...
Soltam-se as palavras...
Beijo doce de uma lágrima salgada
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