Puzzle
Gosto de puzzles, aguçam-me o raciocínio e aliviam-me o stress acumulado ao longo do dia. Torno-os complexos, dividindo e subdividindo as pequenas peças, dando-lhes formas estranhas.
Aumento assim o prazer de as sentir encaixar com sons cavos, marcando ritmos.
É quase uma melodia que jogo no teclado.
Ultimamente e com um certo ar non-chalant, deixei que as peças me conduzissem.
Observei-as, segui-as naquilo que mais detesto: o óbvio.
Juntaram-se sem qualquer esforço meu, soltaram-se como necessidade desejada. Como quando procuramos um filme, sem conteúdo, de realizador obscuro, apenas pela vontade de esvaziarmos o espírito e mergulharmos no nada...
... mas o que me perturba foi fingir, de forma tão serena, que o puzzle era interessante.