sexta-feira, julho 27, 2007


... e porque as pessoas não são todas boas, o que fazemos por sentir (e não por obrigação ou segundas intenções), são letras ordenadas apenas nos instantes de oportunismo que vemos nesse então como diferente.

quinta-feira, julho 26, 2007

O resto das palavras. As minhas.

As palavras perderam-se... recusaram ser corpo do pensamento, deixando-o vazio de tudo.
Resta a ausência em si e por si.
Em redor, somente um arrepio sem emoção.
Porquê?
Simples: desilusão.
Apenas e só, desilusão.
Daquelas que tiram o sono sem ansiedade, sem dor especial, sem nada de nada e com tudo para deixar as pálpebras esgotadas.

terça-feira, julho 24, 2007



Olhei-me no espelho... Olhei-me longamente.

Vi... estava lá.

O quê?

terça-feira, julho 17, 2007

Dedico este post à vida


Os tantos porquês que deixara surgir noutros dias, nada mais eram do que pedaços de nada...

Justificava-se perante si própria, argumentando, logicamente na esperança de apagar o mal que fizera (a quem afinal? talvez ao seu próprio coração), num suceder de dias nitidamente irreais ( ou talvez bem mais palpáveis do que queria recordar e, sobretudo, acreditar).

Abanava a cabeça, fixava o olhar no outro lado da rua, ouvia o ruído da cidade, buscando abafar o ruído do pensamento, (diria até do sentimento) incómodo que lhe dizia, em tom pausado, ser humana e então capaz de sentir e reagir assim. Mas nada lhe servia de consolo. Sabia bem demais que fora um erro deixar-se levar pelo sentimento... pelo momento, pela ilusão da irrealidade de um aqui e agora só seus.

De tudo se apercebeu a pouco e pouco. E de tudo se embriagou... e nada negou, porque não conseguia ficar indiferente.

Sempre pensara ser razoável, certa do seu pensamento, dona do seu agir.

Comportamento dissimulado?

O engano?

Como lhe doía o peito!

Era castigo merecido. Mas... insuficiente.

Certezas já não tinha, dúvidas já não procurava perceber quais, desejos queria esquecer, saudade... tinha de tanto e de tão pouco.

Questionava-se vezes sem conta, donde teria, afinal, surgido aquele jogo em que entrara sem se aperceber. Vinha-lhe à memória um dito comum - "tens alguém por companheiro, mas não deixes de ter sentidos, sentimentos e emoções; isso torna-te viva, atenta, forte e vulnerável"- e admitia, já sem saber se com pesar, ter mergulhado num conto inacabado por responder aos sentidos.

segunda-feira, julho 16, 2007

Desiludi-me a mim própria, desgostei-me sem culpar terceiros, arruinei a possibilidade de ser mais do que a maioria sonha e uma minoria consegue, mas que pensava ser capaz de alcançar.
Afinal, uns quantos momentos num passado ainda presente, bastaram para que atirasse à minha própria cara a fragilidade das minhas crenças, as limitações de ser nada mais do que uma entre muitas (em nada melhor nem pior, somente mais uma).
O que ficou, sem rodeios nem divagações, foi uma dor, uma mágoa e desilusão que arranjaram morada no mais profundo do meu peito.
Jamais saberei explicar verdadeiramente o peso de cada lágrima que me fugiu no refúgio de mim própria, porque não há palavras e porque não há, na realidade, muito para expor a quem não sou eu.

sexta-feira, julho 13, 2007

Realidade

Na realidade, o que tenho por diante, nesta mesa de esplanada, é um copo que alguém encheu até metade da sua capacidade ou esvaziou até ao mesmo ponto.
Dizes frequentemente que não vivo num mundo real, que sou uma sonhadora e que a vida é bem diferente. Serei isso tudo e quiçá, muito mais. Ou serei até nada do que te passa agora por essa cabeça confundida. Porém, crê-me quando te questiono e crê-me também, se ousares ir contra os paradigmas, que nem todas as buscas incessantes de respostas são, só por si e pelo simples facto de te levarem a pensar como jamais imaginaste jornadas de superior valor intelectual, emocional, sentimental, ou lá o que queiras acrescentar a esta adjectivação que me cansa.
Há demandas que nos envolvem e que até somos capazes de levar até ao fim, mesmo sem chegar a sítio algum. E há aquelas que não vale a pena empreender.
Não sejas uma personagem transparente, presa às migalhas que te atiram ao jantar, enquanto te escondes debaixo da mesa.

terça-feira, julho 10, 2007

Sem nada, afinal.
E com tudo para poder ser mais do que nada.
Muito mais.


As palavras perderam-se, caminhando errantes por ruas escuras e frias que adivinho lá fora, num lugar desconhecido que existe, algures.
Recusaram ser corpo do pensamento, deixando-o vazio de tudo, inexpressivo.
Nenhuma tem já razão de existir para além da recordação de que um dia foram mais do que uma lembrança.
Desilusão.
Apenas e só, desilusão.
E sem palavras que expliquem sequer a mais infíma parte da desilusão, do desmoronar do sonho, alento, sei lá já bem o que era.
Também não as vou procurar.
Não vale a pena.
Impotente, incapaz e certa de que jamais desaparecerá o peso enorme que hoje deixa a garganta apertada, mesmo quando parecer que tudo já não passa de uma memória, um dia mau.
Nunca será apenas isso.
É assim.
Quando se perde e não se pode recuperar.
Quando se falha e se vê que se é, apenas, um número entre muitos.

sexta-feira, julho 06, 2007

Se eu soubesse gritar...

As coisas têm sempre uma solução simples... complico sempre...
Procuro o paraíso em ilhas desertas longíquas quando ele está ao alcance da mão.
Procuro saídas em paredes sem portas. Evito o mar por causa dos monstros que sei que não existem, mas que temo ainda assim.
Se eu soubesse gritar...
Se soubesse era livre... voava num sussurro de uma qualquer voz que ouvisse.
Escolhi a loucura, sim, escolhi, e na escolha descobri a liberdade. O poder de dizer sim ou dizer não. O poder de me esquivar do destino se tal coisa existir. Escolhi o mundo do que não existe, escolhi a sedução. Escolhi viver quando é mais fácil morrer, quando é mais fácil ficar sentada em frente ao rio esperando que a corrente mude de sentido, escolhi a vida sem a certeza do que isso possa significar...

quarta-feira, julho 04, 2007

Há dias

Já pensei em muita coisa que nunca cheguei a fazer. Antes assim. Evito chatices.
Amanhã é um novo dia e não consigo dormir, porque amanhã posso morrer e hoje ainda não vivi tudo. Ás vezes penso que dormir é deitar tempo fora. Quando isso acontece adormeço com todas as forças que tenho e acordo cansada. Desiludida por ter acordado. Há dias que passo sem pensar. Há dias que passo sem dormir. Há dias que quase morri. Tenho medo de amanhã. No dia em que foste embora foi o dia em que adormeci e te larguei a mão e não te disse adeus.

segunda-feira, julho 02, 2007

Porquê


O barulho das teclas, ou o som da caneta a passear pelo papel...
o nascimento de palavras, o crescimento de textos,
tudo isto era lindo, se ao menos não fosse tão sentido.
O fumo baço de um cigarro, agora aceso, perde-se na sala de onde vos escrevo.
dói pensar

Até amanhecer ainda tenho que me convencer que nem tudo é tão simples. Fogem-me os dedos pelas teclas e teimam em escrever que o sentido de um sentimento não tem um ponto de interrogação após a palavra "Porquê". Acabo somente por ter a certeza de um fim; verdade incontornável mas não absoluta - como todas as verdades.