sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Por mais que pareça exagerado, desmedido e sem propósito é normal, sincero e real.

Nunca é cedo o bastante, quando é tarde demais.
E a volta nunca volta.
Há tempo para se fazer outra vez, é possível repetir os mesmos erros - tentar de diversificada forma -, mas acertar é sempre inédito.
A eficácia elimina a mesmice. Desrotinifica atitudes simples, torna cada gesto único, potencializa qualquer atitude, requerendo uma atenção imensa.
Desastres nascem instantaneamente.
Aquela palavra ríspida, o gesto não meditado, a falta de tacto o excesso de sensibilidade. Atrocidades são sempre banais para aqueles que as praticam.
Rever certos actos é impossível, conseguimos apenas reduzir o impacto.
A bofetada já foi dada, porém não será esquecida.
Retirar a culpa não elimina o verbo.
No exacto momento em que sentimos, não dói no físico quando recordamos. Lembrar sim, traz sentimentos. Transporta-nos a um estado vivido, remonta certa particularização do nosso real, emergindo angústias...
Nó no peito que quem lembra sabe: dói só de lembrar.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O amanhã é longe demais

Quando me ausentei do tempo,
dos amores e dos cheiros,
a vida parou num entretanto,
que me despiu de mim.
Não foi nua que soube a verdade.
Há mais terra e sal do que respostas.
Há mais casacos, meias e camisas,
do que vontades por debruar.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Depois do grito, o silêncio grita mais alto

não procurar mais
esquecer quem sou,
esquecer-me.
respirar na automática
repetição quotidiana:
inconsciente.
deitar no silêncio bruto,
sem lapidações,
e submissa às regras,
morrer.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Simplicidade de um sentimento

É a simplicidade o que mais me atrai.
O leito monótono de um rio, que serpenteia encosta abaixo e dela nunca sai.
Aquela teimosia onda de mar, que morre na areia morna e contudo, a ela sempre retorna.
Um sorriso,
o teu sorriso,
que se rege pela simplicidade de um sentimento vivo.
Um abraço,
o nosso beijo,
uma deliciosa obscenidade segregada ao ouvido que entranha no corpo e fica...
E depois,
depois tudo se complica.

domingo, fevereiro 11, 2007

Se pedimos liberdade, devemos pedi-la em todas as situações ou condições

Obviamente que devemos ser livres, vivemos em democracia por isso mesmo, mas ser-nos dada a liberdade para matar?! NÃO!


É verdade que o aborto clandestino existe, mas achar que ele vai acabar com a vitória do "sim", é uma mera utopia.


É muito fácil pensarmos neste caminho como o mais viável, porque não nos obriga a reflectir na sociedade que temos.


A globalização não tem só aspectos positivos e esta é uma situação em que devemos marcar a nossa posição, pela diferença.


Se pedimos liberdade, devemos pedi-la em todas as situações ou condições.


Porque é que não investimos em campanhas de sensibilização de métodos contraceptivos, em programas de planeamento familiar, em abonos maiores, em facilitar o processo de adopção? Sim, é mais trabalhoso. E daí? Não será mais rentável?






quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Até onde o amor pode chegar?

São duas vidas de igual direito, porque não defender as duas?
Que direito há de acabar com uma vida?
Vai ser incrivelmente triste quando todos repararem na facilidade com que a Liberdade MATA!
O meu NÃO é essencial para que um bébé viva!

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Uma frase...



Olho pela janela, vejo folhas verdes e um castelo.

Lembro-me de muitas coisas.

A memória recupera as imagens, que alegram o meu coração.

Tu.

Vem à minha memória as palavras, os olhares, os sorrisos,

as saudades, os gestos, a suavidade do teu toque.

Recordo, sob o olhar atento da Lua, eu perdida entre os teus braços.

Lembro-me, de te ouvir dizer que me amavas.

Às vezes ser feliz parece tão fácil.

Queres saber um segredo?

Olha pela janela, vê as folhas verdes e um castelo...

sábado, fevereiro 03, 2007

Quebrada

A lâmina que corta é a falta, a ausência carimbada no passaporte. O gume invisível lacera o momento. E esses dias que sangram, lentamente, doem uma dor pungente.
Dói, mais ainda, ter que te amar cravando uma espada no peito. Porque amar é morrer e dissecar-se. E, ao mesmo tempo, parir-se, inevitavelmente, a cada amanhecer.
Prosseguir, dolorosamente amando, é aceitar uma guerra em paz. Caminhar por nuvens de estilhaços. E, completamente cega, entre os próprios destroços, remendar-se.
Nos armários da memória, procura-se o som nas lembranças empoeiradas.
O que resta se não há a voz que alimenta?
Resignadamente, sentar-se à mesa da solidão, e servir-se de um prato de silêncio.