sexta-feira, setembro 29, 2006

Será a carência inimiga da inteligência?

Sou sonhadora, sou romântica, é verdade!!!
Mas, terei de gelar este inocente, teimoso e crédulo coração, para que não sofra mais desilusões?
Como faço?
Acredito?
Desconfio?
Dou? Tiro?
Como se faz para não ser "inocente"?
Como fazemos para deixar de acreditar?
E... se eu deixar de acreditar, será que tudo valerá a pena?
Será que se manterá o sabor do prazer?
Da descoberta?
Por vezes questiono se a carência será inimiga da inteligência.
... não consigo encontrar respostas, não sinto que esteja realmente preparada para saber a verdade sobre tanta coisa, sobre nós seres humanos tão falíveis.
Amanhã, pensarei um pouco mais,
hoje já me sinto demasiadamente desconfiada para continuar.
Sophie

quarta-feira, setembro 27, 2006

O tempo esquece de se esquecer

Sentada em frente ao mar,
penso nas coisas que me passaram pelas mãos,
e no porquê de ser tão apressada com o que sinto.
Mas o pó é grande, as estações passam ao meu lado,
as folhas caem no chão...
o vento assobia uma canção de nostalgia.
Deixo-me levar pelo vento,
fomos unidos pelas costas da saudade,
buscar momentos de alegria de estações perdidas,
no Outono das minhas palavras mais escondidas.
Senti-me voar,
sem asas e sem distâncias para olhar o mundo.
Antes que seja tarde demais...
deixa-me acordar a vida,
deixa-me tocar-lhe com esperança,
deixa-me senti-la com o coração.
O sentimento de ganhar o dia faz-me derreter a tristeza em vírgulas,
talvez seja apenas uma parte de mim...
mas renasço,
como se a vida me estivesse a abraçar,
sem termos melancólicos de um amor ausente.
Deixo o vento entrar na minha vida de caminhante.
Sei que algures o meu lado mais complicado se abraça ao meu lado mais simples.
E essa união só será possível, quando o vento soprar nas duas direcções.
E sou mais...
... mais um bocadinho de entrega e de cumplicidade com o vento.
Sophie

segunda-feira, setembro 25, 2006

E a vida torna-se no que é

Deixei para trás as promessas, as lágrimas de ser confusa,
a fidelidade de ser fiel,
a simplicidade de ser apenas correcta com as pessoas e com as palavras.
Cansei-me de correr atrás do tempo.
Já não páro para pensar demais.
A chuva cai-me aos pés... estou descalça...
não tenho frio, nem medo do que resiste à dor ou à solidão.
... e a vida torna-se no que é...
Sophie

sexta-feira, setembro 22, 2006

Debate de razões

Penso nas vezes que me ouvi apresentar a mim mesma, aquele debate de razões e soluções sobre a tua vinda ao meu mundo. E não cheguei a nenhuma conclusão... nem as tuas razões me preencheram o meu indagar.
Porém...
... se um dia o tempo for apenas uma recordação,
em espaços debatidos sobre as nossas razões de amar,
saberei que existia uma grande diferença entre nós,
e que nem o amor mais forte combateu o egoísmo de ser.
Porque o amor é altruísta, e de uma forma ou de outra,
somos dois solitários a ir de encontro à vida.
Sophie

quinta-feira, setembro 21, 2006

Apenas

A certeza dos meus olhos é algo que não se repete ou explica.
Poderia perder palavras para poder ficar em silêncio, mas não quero deixar-me escorregar.
O que o coração faz um ritual, a cabeça faz desfolhar, o que o sentir faz um sonho, a realidade faz chorar.
Não perco apenas algo, perco o apenas, o talvez, o verdadeiro sentido da dúvida.
Nada me impede de olhar além, nada me sustém ao contar do tempo que fica agarrado às recordações.
As minhas direcções distanciam-se de tudo o que achei verdadeiro. Esta falsidade construída entre o vento e as amarras de um mar semi esquecido, não sente o que o amor fez crescer.
A vida empurra a verdade para outra verdade, e nos braços da realidade, apenas uma lufada de imaginação torna saudável a pouca alegria de se olhar em frente.

Sophie

quarta-feira, setembro 20, 2006

Mais perguntas do que respostas

Fecho os olhos...
... as perguntas tomam espaço dentro do meu pensamento, como se o dia fosse maior e o tempo não dispensasse as horas e os minutos.
As causas de uma razão nem sempre são a consequência de uma resposta, nem sempre um fim acaba por ser a solução, nem sempre as sombras se desvendam no espelho...
Fecho os olhos...
... e procuro apenas compreender que há estados, situações, momentos que nasceram para serem assim: injustificados.

... como alguns de nós que buscam compreender-se a si mesmos e acabam por descobrir mais perguntas do que respostas.

Sophie

sexta-feira, setembro 15, 2006

Apresento-me

Penso demais... às vezes.

Nada me basta e tudo me prende, perante a intranquilidade da minha vida.
Antes os sonhos eram climatizados com o azul do mar...
Os momentos passam por nós num antes e num após. Antes tecia a alegria nas ondas do mar e embalava-me na areia dourada... e era inesquecível...
Mas após a dor já não olho da mesma maneira. Já não corro pela praia à procura de sonhos e caminhos para sonhar, cresço consciente das minhas diferenças mais apertadas... prisioneira dos medos e dos sentimentos.

O meu tesouro é ser rebelde. Desafiar a noite mais calma e deixá-la a olhar para as minhas divagações de miúda.
Acho que ainda não consegui crescer. Apenas fiquei sentada no pêndulo do relógio do mundo, agarrada à minha ignorância de não ser normal.
Aqueço o gelo no Inverno; invado o fogo no Verão... sou a dicotomia de opostos a degladiarem-se sem saber a razão.
E não há razão. A noite aquece a loucura, e a minha imaginação torna-se doce.
Não sei ser diferente: apenas sinto que talvez seja um pouco demais em tudo.
E a vida tem-me chateado por isso.
É uma ousadia pensar que posso desafiar o destino!
Mas ouso.

Nada aprendo a não ser, porque tudo vale a pena aprender. Errar... caír... voltar a erguer.
Pensar que este mar corre pelas minhas veias de palavras cada vez que o olho mais disperso em mim.
Mas sou eu... metade serena; metade revolta e tempestade.

Sophie

quinta-feira, setembro 14, 2006

A Lua é apenas cheia e sem cor

... não te posso dizer mais nada.
Fui arrastada e deixei-me arrastar para um sentimento, que já nem encontro o caminho para sair dele.
"Dizes que sou querida" - mas não sentes que as minhas palavras pararam agora de fazer sentido.
A tua Lua cheia, a tua mensageira de um coração triste, que caminha para a felicidade dos outros.
Essa Lua cheia não é a minha Lua azul, somos diferentes e opostas e tu só vês o que está do outro lado da tua vida, nunca o que te passa pela frente e anda de braço dado com o teu coração.
Desta vez olhei para ti e sei que já te amei mais do que hoje.
Fiz-te actor da minha história, dei a cor azul para a Lua, e no final,
a Lua é apenas cheia e sem cor.
Sophie

terça-feira, setembro 12, 2006

Quando se fala ao vento e não há resposta

O vento hoje fez-me companhia.
Não falei nada, apenas me deixei estar a olhar para o Horizonte a escutar a minha voz bem longe dali.
Não procurei achar-me, mas procurei perder-me, lançar a minha chave para longe de mim, para acordar deste silêncio.
Mas ali fiquei... perante a minha solidão, incomodada com o silêncio do mundo. Não andei, não fugi.
Deixei-me estar. Com o tempo a passar, a tarde a esquecer-se no outro lado do Horizonte, aquando do sol a pôr-se.
Não sei mais o que quero perder, para poder achar com mais força.
Não sei dizer que estou sem palavras; que prefiro o silêncio que nada diz.
... talvez seja assim mesmo...
não dizer nada... esquecer apenas.

Sophie

quinta-feira, setembro 07, 2006

Devaneio

... e tenho a real noção que vou bater numa qualquer parede imaginária
e cair,
e que vai doer,
mas procuro nessa mesma parede uma porta aberta,
por onde eu possa passar...
... e é essa porta que me afasta da parede
e que me faz lutar ao ritmo
do bater do coração.
Sophie

quarta-feira, setembro 06, 2006

Hoje sei



Procuro em todos os espaços vazios

o teu olhar que já não encontro e

a tua presença que nunca esteve...

Ficou somente a dor de um sonho que nunca vivi.

Desencontro de duas almas que se cruzaram,

mas que seguem paralelas.

Impiedosamente a ferida dói,

porque sonhar nem sempre é uma doce emoção.

Os nossos desejos são destruídos

pela arrogante realidade que nos suga,

que nos empurra nesta miscelânia de sentimentos,

para nos confundir e atordoar

até nos fazer cair...

e a saudade morrerá por falta de alimento

que a distância imporá como limite

a este amar.

Agora... já não faz diferença

registar este medo de te perder,

porque Hoje sei que nunca te tive...,

nem por um único momento.

Sophie

Desculpa

Desculpa, mas não me posso definir.
Desculpa se eu não finjo.
Desculpa se eu me tornei real.
Eu nunca vou esconder o que sinto e o que sou...
então aqui está.
Sem exagero, sem brilho, sem fingimento.
Só eu.
Sophie

segunda-feira, setembro 04, 2006

Um silêncio demasiado meu

Disse.
Deixei a palavra libertar-se vagamente dos lábios como uma sentença proferida demasiado cedo.
Dei-lhe asas e deixei-a voar. Existem palavras que nos carregam a alma toda nas costas amplas.
E nessa palavra depositei todo o sentimento.
Era eu. Eu cosida em cada letra. Eu, espelhada em cada nuance.
Existem palavras que nos ensinam que por vezes nem o silêncio supera a sua força.
Hoje, o silêncio a que me remeto grita de uma forma que me rasga o coração.
Sei qual o sabor do meu silêncio hoje.
Existem silêncios demasiado nossos.
Este... é um deles.

Sophie

domingo, setembro 03, 2006

O que sei já foi e sou

Não sou a dona da verdade,

mas sou a dona da minha razão...

Não sou todas as coisas, mas sou

qualquer coisa que vive em mim.

Do que já vivi e de tudo que ainda virá,

agrada-me o que não sei.

O que sei já foi e sou.

O que não sei é tudo que quero, mas não espero.

De espera não se vive a vida

De espera apenas... se espera.

Sophie