sexta-feira, junho 30, 2006

Aceitar a realidade

Finalmente, vi as coisas como elas são e não como eu queria que elas fossem.
Sempre pensara que quando aceitamos as coisas, elas nos sobrepujam de um modo ou de outro. Acontece que isso não é verdade em absoluto.
É somente aceitando as coisas que podemos assumir uma atitude em relação a elas.
Por isso, tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptiva a tudo o que me chegar, bom e mau, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também a minha própria natureza, com os seus aspectos positivos e negativos.
Assim, tudo se torna mais vivo para mim.
Que insensata eu fui! Como me esforcei para forçar todas as coisas a harmonizarem-se com o que eu pensava que devia ser...

Beijinhos,
Sophie

terça-feira, junho 27, 2006

domingo, junho 25, 2006

O orgulho nacional


De futebol não percebo muito e por isso não me atrevo a mais do que um desabafo.
Tácticas, estratégias, seleccionados e não incluídos na lista de Scolari não comento.
Primeiro porque nunca fui treinador de bancada de coisa alguma, muito menos do que não domino nem conheço.
Depois porque, feitas as contas, o grupo que está na missão Alemanha é, ou deve ser, a equipa de todos nós. Ainda assim, avalio as decisões do árbitro quando me dá na telha e até avanço com alguns impropérios... tudo coisas de somenos, perfeitamente desculpáveis na condição de adepta assumida e fervorosa.
A "equipa-maravilha", hoje, frente à Holanda provou uma vez mais que se tem preparado com afinco, sonho e ambição, para dar aos portugueses a glória de campeões do Mundo.
Seria bom que o conseguissem. Ainda que isso não resolva os reais problemas do país,
contribuiria em muito para elevar a auto-estima e o moral da nação.

A expectativa é grande, o sonho maior ainda.

Sei que os nossos heróis se vão esforçar, e eu estarei aqui a plenos pulmões, para os apoiar!

Beijinhos,
Sophie

sábado, junho 24, 2006

Último pedido


Acordo em noite estrelada,
sorrindo do porquê...
tensa e talvez baralhada,
fazendo algo,
formulando um desejo,
Um último desejo!
Olhando o céu estrelado,
o teu rosto aparece desenhado
por um profecta supremo,
desejando-me boa sorte;
profectizando o meu futuro.
Penso na tua escaldante pele,
aparecendo segundo a segundo...
Teu rosto doce - Acordo!...
para desejar e formular um desejo,
meu último pedido!
Dorme comigo esta noite.
Simples na sua realização,
mas,
a distância encarrega-se de afastar
o meu pedido...
Durmo para pensar que o meu sonho se
tornou realidade...
Acordo! O meu esplendor, o teu... caminha na
minha direcção,
observando a nuvem cristalina,
subornando o meu anjo da guarda,
obtendo permissão do superior...
Realiza-se o meu sonho:
o teu corpo aquece o meu em doce fusão,
fogo que arde, onde nunca motivo para tal,
aquecimento natural, de sublime simbolismo...
Meu último pedido!
Sophie

sexta-feira, junho 23, 2006

VOCÊ, meu amigo

Hoje queria conversar com você meu amigo...
você que consegue entender os meus sentimentos...
que talvez conseguisse até ler os meus pensamentos...
se estivesse aqui comigo neste momento.
Você meu amigo...
real,
imaginário,
ou até virtual...
mas talvez você não exista e
seja também fruto da minha imaginação...
que está agora tão carente...
de uma palavra, de um carinho...
mas eu vejo em você
um ser real,
que me consola,
que enxuga as minhas lágrimas,
que me olha...
VOCÊ...
queria deitar-me no seu ombro...
soluçar...
pôr para fora esta angústia,
que consome o meu ser...
e sei
e sinto
que você meu querido amigo
está comigo e me vai abraçar...
vai sentir a minha dor e a minha angústia
você é real
eu sei
você existe
e está comigo
agora neste momento,
você olha-me,
e sinto que não estou só.
Sophie

quinta-feira, junho 22, 2006

A outra face


Como conter este fogo que em mim crepita
Como calar a mulher que, abafada, grita
Como vazar esta energia, há tanto armazenada
Como estancar meu êxtase e reduzi-lo a nada?!
... o que oprime é ter que fingir-me de morta,
quando na verdade eu transbordo vida!!!

quarta-feira, junho 21, 2006



Há dúvida escorrendo pelo ar
Há querer estacionado no ser
Há um misto de tudo
De fuga e envolver
Há silêncio no dia
Há espera na noite
Há tanto de nós
De vida e sina
Há mudez nos momentos
Há apenas duas pessoas
Cercadas de mundo
Abraçadas pelo hoje
Enfeitiçadas pela magia
Pela opção de ser um do outro
Amor, desejo, desafio e medo.





terça-feira, junho 20, 2006

O que dá sentido à vida















Muitas vezes basta ser:

o colo que acolhe
o braço que envolve

a palavra que conforta
o silêncio que respeita

a alegria que contagia

a lágrima que corre
o olhar que acaricia

o amor que promove.

Nada disto é do outro mundo,
tudo isto é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas seja intensa, verdadeira e pura... enquanto durar...

Beijinhos,
Sophie

segunda-feira, junho 19, 2006

Strip-tease


Ela começou a despir-se como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara:
preciso dizer o que sinto.

Desfez-se da arrogância:
estás entranhado no que sou.

Era o pudor a ser desabotoado:
fazes parte da minha história.

Retirou o medo:
sou apenas alguém
que está a aprender a lidar com o amor,
sinto que ele existe, sinto que é forte
e sinto que é aquilo que todos procuram.

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua:
Se um dia eu for amada por ti, avisa-me que eu
volto,
e recomeçamos onde se parou, paramos aqui.

Beijos,
Sophie

sábado, junho 17, 2006

Gosto de gente assim


Gosto de gente de conteúdo interno, idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade.
Gosto de gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.
Gente que ama e sente saudades, que gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais, admira as paisagens e sabe ouvir.
Gente que gosta de fazer coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis.
Gente de coração desarmado, sem preconceitos baratos, com muito amor dentro de si.
Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros.

Gosto de gente assim, como vós Amigos Blogs, gente que se entende, aconselha, orienta, procura a verdade e quer sempre aprender.
Gente que tem tempo para sorrir, repartir ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si, emoções que fluem naturalmente de dentro do seu ser!

A todos os Amigos Blogs que já visitei e aos que ainda irei visitar, o meu Muito Obrigada!
Beijos a todos,
Sophie

Poema Inacabado


E o fogo que arde aqui dentro
Magoa a mulher
Queimando a alma
Matando os desejos

Apagando-se aos poucos.

Não encontro poesia
Ai!... Como isso dói
Não saber
Construir um fim!

E eu fico assim
Como reticências
No fim de um poema.

Desiludida,

Sigo a vida
Com esse amargo na boca
Por não saber ter tido
A rima final.

Beijos,
Sophie

Apenas nuvens

Há noites tão envolvidas por nevoeiros que, ao tentar olhar-se um pouco mais além, apenas se consegue sentir que entramos dentro de um espaço sem contornos.
Só há sombras.
Sombras frias que se sentem dentro da pele. Entra-se nelas com um misto de encanto, de curiosidade e de prazer. São momentos perturbadores e não entendemos esse anseio de coragem e de força perante a barreira de nuvens desmaidas nas estradas de fantasmas.
Há nevoeiros assim.
Há outros que não passam de "meros nevoeiros", porque a sensibilidade de quem os atravessa não exige mais do que isso...

Apenas nuvens...

sexta-feira, junho 16, 2006

Almofadas no Chão

Por mais que os anos pareçam pesos acrescentados à nossa bagagem, nós nunca esquecemos uma caixa cheia de brinquedos.
Ainda que a nossa alegria de hoje não seja a mesma dos primeiros anos, jamais será possível esquecermos como era sorrir sem medo de ser feliz.
Se hoje nada mais me espanta, após tantos desapontamentos, por certo nunca esquecerei o espanto e o prazer que senti quando descobri que o Pai Natal era o meu pai.
Embora a solidão tantas vezes me assalte, em certos momentos, lembro-me como era bom ficar sozinha a falar com os meus amigos invisíveis para "gente grande".
Se hoje, nos dias de lazer, em praias ou campos, eu me penetencio todo o tempo para não me sentir ridícula, é precisamente nesses dias que eu recordo como já foi bom andar sem vestes, inocentemente, e sem sentir vergonha.
Por mais que o tempo passe, eu sou uma criança e sempre serei.
Agora, eu estou aqui, crescida, sofrida, cheia de boas e más experiências, de vivências que me ajudam a prosseguir, mas lá no fundo, bem lá no fundo, eu sei que o alguém que mais tinha a ensinar-me era a criança que eu mandei ficar quieta, comportada, sentada num cantinho não podendo abrir a boca sem pedir licença.
Acho que está na altura de libertar essa criança, de a libertar para me libertar.
Não me vou importar com o que os outros possam pensar, pois eles também são crianças e sempre serão.
Vou sem medo de cair, porque como já dizia a minha avó, às crianças Deus coloca almofadas no chão.
Beijos,
Sophie

quinta-feira, junho 15, 2006

Não nos contaram

Hoje vou falar de sacanagens. Mas nada de ménage à trois, sexo selvagem ou práticas perversas, sinto muito.
Pretendo, sim, falar das sacanagens que fizeram com a gente.
Fizeram-nos acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não nos contaram é que o amor não é accionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram-nos acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
O que não nos contaram é que já nascemos inteiros e que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: pois nós crescemos através de nós mesmos. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram-nos acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas que pensam igual, agem igual, que isso é que funcionava.
Não nos contaram é que isso tem um nome: anulação.
Fizeram-nos acreditar que o casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram-nos acreditar que há sempre um chinelo velho para um pé torto, só não disseram é que existe muita mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram-nos acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos e aqueles que escapam dela, estão condenados à desgraça.
Não nos contaram foi, que estas fórmulas dão errado, frustam as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, nem nos contaram que ninguém nos vai contar!

quarta-feira, junho 14, 2006

Não entendo
Entender é sempre limitado. E isto é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida... é um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Beijinhos,
Sophie

terça-feira, junho 13, 2006

Teatro

Sou só enredo
de um papel maior
que nunca me deram.

Sou só resumo
de uma vida menor
que sempre impingiram.

Sou só magia
de uma trama feroz
que sempre negaram.

Sou só saudades
de uma lembrança voraz
que nunca excluíram.

(Tácito Sanglard)
Sonhos

Quando os nossos sonhos se acabam, fica um vazio imenso!
Uma vontade de parar... de desistir de tudo...
É um período difícil, em que os dias, as horas, e até os segundos são longos.
Não conseguimos progredir.
Falta vontade... falta motivação.
Fechamo-nos para tudo e para todos como se nada importasse.
Nada tivesse algum valor...
Porque será que muitas coisas em que acreditamos chega ao fim?
Acreditamos na felicidade eterna e, muitas vezes, ela não passa de um pequeno tempo.
Tempo suficiente para deixar uma saudade infinita...
Até que um dia um novo sonho começa a dar o ar de sua graça.
Vem chegando de mansinho... tentando abrir os cadeados do nosso coração.
Estamos trancados, com um enorme medo de sofrer de novo, mas mesmo assim, o novo sonho vem chegando.
Trazendo na mala, tudo de novo...
E como todo o novo sonho é regado de novidades que fascinam, sentimos de novo a emoção de viver, amar, recomeçar!!!

Se os vossos sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupem... eles estão no lugar certo!
Construam os alicerces e SUBAM...

Nunca desistam de ser FELIZES!!!

Beijinhos
Sophie
Histórias de enganar, digo encantar

Os contos de fadas terminan sempre no altar. E tudo o que sabemos sobre a futura vida dos príncipes é que "casaram e viveram felizes para sempre". E de todas as vezes eu fico a pensar nas histórias que a Bela Adormecida, a Branca de Neve e a Gata Borralheira teriam para nos contar sobre os seus casamentos. Foram mesmo felizes para sempre?
Nos contos de fadas, todas as meninas boas e belas são salvas pelo beijo de um Príncipe. E de todas as vezes eu fico a pensar no que terá acontecido às outras. Como se safam as aias e as irmãs que não encontraram o seu Princípe Encantado?

Tantas histórias para lá da história de encantar, a outra versão dos contos de fadas de que ninguém fala, o outro lado do espelho que ninguém atravessa (ou assume atravessar).

Beijinhos
Sophie

domingo, junho 11, 2006

Anos Difíceis

Por feitio e pelas dificuldades reais que sentimos, somos uma nação fatalista. Falamos em crise e logo esmorecemos. Quem nos ouvisse nunca adivinharia que o nosso País está desde há vinte anos dentro do clube restrito da União Europeia.
Somos sob muitos aspectos um País abençoado em que, por exemplo, é possível almoçar ao ar livre num dia de Inverno. Temos eleições livres e um nível de vida que, para a maioria de nós, raramente foi tão bom como agora. Mas, por causa desta nossa forma de encarar a realidade, deixamos de apreciar as coisas boas da vida com o gosto e a alma que deveríamos ter.

É nestas alturas que apetece citar Fernando Pessoa, quando escreve: "Já cheguei a aceitar como verdade o que nos dão por ela e a admitir uma realidade não real."

Beijinhos
Sophie

sábado, junho 10, 2006

Sabedoria que só com o tempo vem
A certa altura da nossa vida, somos especialmente convidados a olhar para nós...
O que é feito daquelas aspirações, daqueles projectos ou sonhos que deixei esquecidos numa qualquer curva da estrada por onde tenho vindo a caminhar?
Com o passar do tempo, esta interrogação começa a incomodar-me, por vezes até a angustiar-me.
Porém, sei que Crescer não se faz sem dor, nem ao colo de ninguém. E também não se pode fazer depressa.

Por isso, fecho os olhos e penso: preciso mudar de perfume. Preciso comprar um vestido novo para o verão.

Beijinhos,
Sophie

domingo, junho 04, 2006

Espaço sem contornos. Só há sombras.

Recordações, vivências, olhares transparentes sobre grandezas anónimas da condição humana... Horas arrumadas em sótaõs de nostalgias, num desfilar doce e tranquilo de sentimentos, reflexões e retratos datados do tempo em que a Sensibilidade não era marginal; a Solidariedade um eco de nós próprios; e o Amor uma harmonia sincronizada com o bater do coração.

Uma época em que tudo já deixou de ser!

Beijinhos
Sophie